segunda-feira, 5 de março de 2007

segunda aula: epidemiologia?

Pessoal, aos poucos começamos a apresentar conceitos essenciais ao promotor de saúde. Na primeira aula o Dr Mario falou em evidências, hoje ouvimos muito sobre demografia e a epidemiologia. Tentando reunir teoria e prática, pensem e registrem (compartilhem) situaçoes de sue dia a dia de trabalho nas quais a demografia faz diferença??? vc já conhecia a epidemiologia???

lembre-se do blog do prof Lotudo: http://paulolotufo.blogspot.com

11 comentários:

Unknown disse...

Olá Ana Claudia e colegas.
A abordagem da aula de 05/03 reforçou ainda mais algumas convicções. Como consultor comercial de seguradora na área da saúde, o preço da venda e até o de manutenção de um contrato está intimamente relacionado com os fatores: etário e epidemiológico.
Penso e espero podermos "stressarmos" mais o assunto ponderando algumas questões, como: É possível afirmarmos que exista alguma proporcionalidade para casos crônicos em uma determinada quantidade populacional? Ou ainda; se existir uma relação como esta, é possível afirmar que: "X" casos ou "X%" chegarão a óbito ou listarmos quais casos deverão ser priorizados no gerenciamento/tratamento pois destes é que pode-se esperar resultados relevantes; enfim...O assunto é intrigante e maravilhosamente interminável.
Abraços,
Roberto Caetano.

Adriana Irikawa disse...

Olá, pessoal! Acredito ser fundamental abordarmos epidemiologia. Atuo na área de geriatria e a primeira aula que tive durante a formação foi sobre epidemiologia do envelhecimento. Compreender o processo da transição demográfica e epidemiológica e suas diferenças, ajuda-nos a entender porque a população envelhece e como. Sabe-se hoje que o seguimento da população brasileira que mais cresce é o dos muito idosos (ou seja, aqueles com idade igual ou superior a 80 anos) e ocorre a feminilização progressiva da velhice(quanto mais idoso, maior a proporção de mulheres, dizem até que o mundo dos muito idosos é o mundo das mulheres!!!). Com o aumento relevante da faixa etária mais elevada e o predomínio de doenças crônico-degenerativas, há o aumento da perda de autonomia e da dependência funcional do indivíduo. Resta saber se seremos capazes de promover a saúde e, com isso, a sua capacidade funcional. Como adequar da melhor maneira possível esta nova realidade demográfica/epidemiológica aos serviços de saúde(ex custo), principalmente referente aos indivíduos com alta dependência funcional?
bjos, Adriana

Anônimo disse...

Eu acrescento aos seus comentários, adriana, as seguintes questões:

Como prepararmos as famílias para conviverem com esse idosos? Quem nestas famílias desempenharão o papel de cuidador ; de que maneira e como isso afetará a dinâmica familiar e o bem estar do idoso e do próprio cuidador?

Anônimo disse...

Eu atuo na Atenção Primária, em posto de saúde, e percebo que muito do que foi explicado se reflete no dia-a-dia do atendimento no SUS: o aumento do número de idosos, a redução do número de filhos por mulher, , entre outras coisas. Além disso, como a principal causa de morte são as doenças cardiovasculares, aumenta mais ainda minha preocupação em fazer atividades educativas visando a prevenção dessas.

Anônimo disse...

BASEANDO-SE EM DADOS ESTATÍSTICOS COMO OS APRESENTADOS PELO DR NA ÚLTIMA AULA, TEMOS COMO DESENVOLVER AÇÕES MAIS EFICAZES E DIRECIONADAS PARA DETERMINADOS PUBLICOS-ALVO.
CONTUDO, COLOCAR NA PRÁTICA A TEORIA DE PREVENÇÃO ABORDADA NAS DUAS PRIMEIRAS AULAS, DEMANDA TEMPO E PACIÊNCIA, POIS TEM A HAVER COM MUDAR O COMPORTAMENTO DE UMA SOCIEDADE QUE A POUCO, PASSOU A SE PREOCUPAR COM SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA.

Anônimo disse...

Olá Pessoal!
Primeiramente, gostaria de parabenizar as mulheres pelo dia de hoje (08/03/07), especialmente porque a epidemiologia já aponta o gênero feminino como importante contingente para parcerias no campo da Promoção da Saúde.
Vale lembrar do destaque dado na II Conferência Internacional de Promoção da Saúde em Adelaide (Austrália, 1988) para o apoio e fortalecimento à saúde das mulheres, principalmente, quando se fala em minorias de classes sociais, étnicas ("cor socialmente construída") e geracionais ("idade socialmente construída").
Em segundo lugar, quem trabalha com enfoque coletivo, deve adequar seus instrumentos para reconhecer tais características em sua população alvo. Levantar o perfil epidemiológico de uma empresa, escola, comunidade etc. ajuda muito na hora de planejar estratégias e intervenções para melhorar/valorizar os fatores protetores disponíveis pelos grupos sociais/indivíduos e reduzir/eliminar fatores de risco, especialmente, para as doenças cardiovasculares.
Por fim, com base no referencial epidemiológico, a prática do promotor de saúde compreende o todo (morbi-mortalidade, hábitos de saúde, adesão ao programa etc) e estimula o indivíduo a reconhecer, conjuntamente, fatores de risco e chances de vida a fim de construir planos concretos para a mudança.
Espero ter contribuido para a nossa discussão e gostaria de deixar uma pergunta... Vale a pena conhecer a demografia e o perfil epidemiológico da sua área ou local de atuação, ou somente os dados gerais brasileiros são suficientes para traçar ações para a promoção da saúde?

Unknown disse...

Identifiquei-me bastante com a segunda aula pois falamos de um assunto bastante presente em minha rotina de trabalho, visto que trabalho em uma seguradora na area de analise de riscos, e fiquei feliz em saber que o caminho que estamos seguindo para analisarmos os perfil de nossos futuros clientes esta correto. Sugiro falarmos mais dos assuntos relacionados a segunda aula pois acredito que este assunto tem amplitude de sobra para mais aulas!!

Abraco a todos,

Stela Adami

Anônimo disse...

Olá,
Como gestora sus(Saúde do Adulto e Idoso) tenho que tomar decisões baseadas na epidemiologia.Chegam à secretaria de saúde programas do M.da Saúde , de sociedades médicas,ou propostos por profissionais que trabalham nos postos de saúde , bem como , solicitações da população. Claro que todos tem sua importância tratando-se de saúde e merecem reflexão, atenção e uma resposta;mas tenho que priorizar os programas de acordo com dados epidemiológicos do Município.
Portanto, neste quase 2 meses que estou na secretaria estou priorizando a revitalização do Plano de reorganização da atenção ao portador de hipertensão arterial e diabetes(Hiperdia);o acesso dos portadores de Diabetes aos Insumos (Monitores e Fitas) e O Pacto pela Vida (Prioridade A-Saúde do Idoso). Estou analizando formação de um grupo técnico entre os coordenadores de vária áreas da Secr. de Saúde de Mauá para a criação de um centro de Educação em Diabetes no Município em atenção, também a nova lei 11.347.Já estou trabalhando para convencer e motivar a equipe da secretaria para incluir mais atividades de promoção da Saúde,sendo, que esta foi uma das propostas que levei para Pré-Conferência Municipal de Saúde.
As duas Principais causas internas de Mortalidade em Mauá são:
-Doenças cerebrovasculares:36,6%
-Infarto agudo do Miocárdio:32%
Bjos
Samira

Anônimo disse...

Repondendo sua pergunta, Alfredo,
o Brasil esta na fase industrial madura,mas assim como São Paulo esta na fase Pós-industrial, acredito que algumas poucas cidades do sertão nordestino ou Norte do País estão em fases anteriores(Pré-industrial?Intermediária?).Apesar do Prof.não ter feito esta afirmação durante sua aula , sabemos que o nosso País é um dos campeões em desigualdade social.
Não tenho comhecimento do perfil demografico e epidemiológico destes bolsões de pobreza e desigualdade social no nosso País, mas imagino que a notificação de óbitos, morbidades, bem como,a falta do registro de nascimento nestes locais são falhos, portanto, tenho minhas dúvidas.
Será que vc ou o professor pode esclareçê-las?
Bjos
Samira

Anônimo disse...

Olá Samira!
Legal seu posicionamento a respeito do meu questionamento... a epidemiologia para os gestores de serviços de saúde e para profissionais que atuam com grupos sociais é essencial!
Quando falamos em eqüidade, temos que priorizar ações para quem mais necessita; o Brasil, cenário de iniqüidades, contém "vários brasis", por isso reforçamos conhecer o contexto da clientela ou população para quem prestamos nossos serviços.
Vale lembrar também que, o objeto de atuação da saúde coletiva (ou da antiga saúde pública) corresponde a transformação dos perfis de saúde e doença de grupos sociais homogêneos, isto é, que compartilham necessidades e representações sociais semelhantes e/ou as coletividades.
Por exemplo, trabalhar em uma empresa sem conhecer o perfil de morbidade e dos hábitos de saúde de seus usuários proporciona intervenções "ao acaso", que demandam tempo, dinheiro e problemas de adesão, que deixam os gestores e coordenadores com a "pulga atrás da orelha". Para isso, conhecer e empregar ferramentas da epidemiologia, aliadas à prática clínica, ajudam no levantamento de informações e na construção de banco de dados para o monitoramento das ações implementadas (que devem seguir a lógica processual).
Um exemplo real nas unidades básicas é o SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica)que, às vezes, o agente comunitário de saúde demora um "tempão" para preencher e, que muitas vezes, a equipe de saúde não conta com um processo de trabalho capaz de admirar a riqueza de informações que poderiam se transformar em ações interessantes, pois todas informações coletadas devem servir para operacionalizar estratégias de intervenção e avaliação junto à população atendida.
Outro exemplo é a proposta da Vigilância à saúde que preconiza justamente este tipo de acompanhamento na redução ou eliminação dos problemas/riscos e nos pontos de fortalecimento para a saúde de uma determinada população por meio de ações técnicas da área da saúde e intersetoriais também.
Espero ter ajudado um pouco mais, a epidemiologia deve integrar nosso "kit de promotores de saúde", tanto para os gestores (como eu planejo e avalio programas com o enfoque epidemiológico? posso otimizar meus recursos [financeiros, humanos, materiais etc]ao priorizar intervenções?), quanto para os promotores de saúde (quais problemas de saúde são mais preocupantes e quais recursos eu disponho para atender minha população? posso aproveitar a pirâmide epidemiológica para trabalhar determinados conteúdos para promover a saúde? etc)
Abs - Alfredo Pina

P.S: Creio que este artigo possa ajudar nesta discussão: http://www.abrasco.org.br/grupos/arquivos/20060717131618.pdf

Anônimo disse...

Parece que a referência do artigo sugerido em 28 de março não abriu.
Eis a ref bibliográfica dele:
Teixeira CF. Epidemiologia e planejamento de saúde. Ciências e Saúde Coletiva 1999; 4 (2): 287-303.